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O Blog Web Dialógos traz em seu post sobre este fenômeno que tem “assolado” o Facebook e o Twitter, que é a popularização (no sentido do uso em massa destas mídias), algo que aconteceu com o orkut há alguns anos. Abaixo segue na íntegra o post:

Orkutização (ou “O preconceito sobre a inclusão digital”)

Já tem certo tempo que essa não me entra, mas não importa o período, não importa o grau de instrução, sempre escuto alguém falar que o Twitter e o Facebook estão sofrendo uma “Orkutização”.

Existem dois pontos de vista. Um preconceituoso e outro mais preconceituoso ainda. Um relata o movimento em que os usuários do Orkut começam a descobrir outras redes sociais (usadas majoritariamente pelas classes A e B no Brasil); o outro é o desprezo por esse movimento. Basta dar um click aqui e observar o que estão comentando.

De qualquer forma, a orkutização é geralmente vista do ponto negativo, como se “as massas” menos favorecidas estivessem “invadindo” um território virtual (qualquer comparação com a invasão das favelas não é mera coincidência). Entretanto, essa análise deve ir um pouco mais fundo e levantar o seguinte questionamento: desde quando o orkut se tornou “orkutizado”?

Lançado em 2004, a principio o serviço só funcionava em inglês e logo se tornaria reduto das classes A e B do Brasil. Mas a “orkutização” do Orkut começaria em Abril de 2005, quando o serviço ganhou uma versão brasileira. Percebamos: a orkutização trata-se, na verdade, de uma “Brasificação” do serviço, na verdade. E como as pessoas vêem isso como uma coisa negativa?

O senso de exclusividade que levou, na verdade, à “facebookização” dos usuários das classes A e B do Orkut. Estamos vendo, na verdade, um fluxo de fuga, de escape, não um fluxo de chegada ou de encontro. O verdadeiro fenômeno está na saída dos usuários do Orkut para o Facebook e para o Twitter. Pergunta: quando o Facebook e o Twitter terminarem de se “orkutizar”, será que os usuários antigos migrarão novamente?

Devemos pensa lembrar que a internet “carrega em si a premissa de ser um meio capaz de incluir e abranger todas as expressões culturais, justamente por ser uma rede global de acesso aberto num sistema em que a mente humana assume o poder de produção.”(Castels, 2002).  Pierre Lévy (2007) defende também que as tecnologias de Inteligência Coletiva não seriam privilégio das elites, uma vez que os meios seriam democratizados pelos baixos custos de produção e pela facilidade de uso. Devemos parar de ver a “orkutização” como um acontecimento ruim. Para mim, o ruim é a “facebookização” e “twitização” dos usuários antigos.

Nós do ObsMídiasSociais concordamos em parte com o posicionamento do Web Dialógos, sem sombra de dúvida, ferramentas como o Facebook e o Twitter inicialmente foram utilizadas, pelo fator novidade e também como uma válvula de escape para algumas pessoas que veêm este fenômeno da orkutização com maus olhos. No entanto, acredita-se que ao afirmar: “Para mim, o ruim é a “facebookização” e “twitização” dos usuários antigos.” É tão pejorativo como a má concepção da orkutização, com a proliferação da inclusão digital (inclusão digital aqui no sentido que muitos governistas acreditam de promover apenas o acesso a internet, sem no entanto, uma  promoção do acesso ao conteúdo on-line de forma consciente e responsável) é inevitável que pessoas de diversas classes sociais pelas várias regiões brasileiras usem tanto orkut, como twitter e facebook, esta popularização é algo que irá acontecer.

Em contrapartida, a especialização e a proliferação de várias mídias sociais é um fenômeno paralelo a popularização de tantas outras mídias. A cada dia surgem mídias sociais destinadas a fins específicos que irão desde sua concepção afunilar a entrada de novos usuários.

E você o que acha da orkutização?